"Não se pode maternar sem sustentação. Não se pode maternar sem fusão emocional. Não se pode maternar sem buscar o próprio destino."
Laura Gutman, terapeuta argentina

domingo, 26 de dezembro de 2010

Reflexões de Natal

Natal significa literalmente “nascimento”, palavra que aparece com freqüência no vocabulário obstétrico (pré-natal, neonatologista, etc). Todo ano, em dezembro,  celebramos ritualmente o ilustre nascimento do personagem mais célebre da nosso mitologia ocidental: Jesus (que viria a tornar-se Cristo). Aquele que veio com a missão de trazer para a humanidade a mensagem de Amor de Deus.
Me encanto com os presépios, de verdade, e os signos representados naquela cena congelada. Especialmente, um momento carregado daquela aura  divina que cerca a tríade recém-nascida: mãe, pai e filho. Cada criança que nasce também é um milagre de pureza, como aquela no berço de palha cercada de animais, pastores e reis. Cada criança nasce com uma estrela de potencial sobre sua cabeça e com espíritos benfazejos a sua volta. Em quantos nascimentos contemporâneos podemos observar tamanha paz e simplicidade?
Nunca vi em um presépio  Maria amamentando Jesus, na maioria nem sequer o segura nos braços. Infelizmente, a religião de valores masculinos tirou toda a sexualidade desta mulher - a a  única estrela feminina do “panteão cristão”- criando uma mãe virgem (palavra que originalmente significa inteira). A Maria selvagem, fêmea, que pariu no chão da estrebaria ao lado do marido e dos bichos não aparece (com sua cria no seio). Recatos que reproduzimos sem querer...
A Igreja incorporou as antigas festas pagãs  conectadas com os ciclos naturais ao seu calendário  festivo. Neste caso, o solstício de inverno do hemisfério norte. Os pinheiros enfeitados, as cores verde-escura (da floresta adormecida) e vermelha (do fogo) e por aí vai...Pra mim é um símbolo da tamanha desconexão com a natureza em que nos encontramos celebrar nosso soslstício de verão debaixo de neve artiificial,  renas e personagens agasalhados. Um dia quero contar ao Miguel que o papai Noel é uma lenda do outro lado do mundo que nos ensina a imensa gratidão que é “dar de coração”. Mas que muitas vezes é mal entendido pelas pessoas que fazem dele um ícone de um consumismo insustentável.

Miguel brinca encantado com o calendário do Advento

Minha querida amiga Linda nos presenteou com um pouco de sua cultura da Alemanha: um  belo e singelo Calendário do Advento feito por suas habilidosas mãos, cheio de surpresas e momentos de contemplação e espera. Miguel adorou abrir todo dia um envelope, e minha criança interior aguardava para curtir cada chazinho, poesia ou receita.  Enfeitei as 4 velinhas (correspondente aos  4 domingos antes do Natal) com um pouco da abundância da terra nesta época: flores, frutos e cores! Com estas pequenas magias espero iluminar a infância do Miguel, um presente de Deus que a família não cansa de celebrar!

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