"Não se pode maternar sem sustentação. Não se pode maternar sem fusão emocional. Não se pode maternar sem buscar o próprio destino."
Laura Gutman, terapeuta argentina

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Presentes...

Sou uma doula, mulher e mãe realmente agraciada pela vida!  Mesmo sem saber que dia 18 de dezembro era o Dia da Doula – uma iniciativa pra promover o trabalho destas mulheres pelos partos empoderados e felizes – recebi grandes oportunidades de crescimento deste aspecto tão importante em minha vida nos últimos tempos.
Primeiro acompanhar a chegada da pequena Maywa e todo processo de mais uma família (meio baiana-equatoriana- gaúcha-arcaverdiana) se formando com seus desafios e encantos. Depois, por meio destes “cumpadres”, a oportunidade de conhecer pessoalmente a arteira mexicana Naolí Viinaver – cujo trabalho acompanho há vários anos -  e que agora está morando e dando cursos aqui do lado, em Florrianópolis-SC.

Eu, Naolì e Amanda, outra gaúcha. Bah, que momento!

Naolí é mesmo uma mulher bela, vibrante e sábia como uma autêntica xamã da Lua. E tem o humor encantador de todos mexicanos que conheço. Transmite o conhecimento da forma que mais me inspira: uma ‘cuentista’, contadora de histórias. Histórias que cantam e dançam, histórias que nascem devagar ou como um raio, histórias que dão à luz.
Naolì em ação: ensinamentos de uma autêntica xamã da Lua

E, com ela, 40 mulheres poderosas de vários cantos do Brasil. Parteiras, enfermeiras, terapeutas e sobretudo doulas. As “doulas do Brasil”, compartilhando os sonhos, mais histórias e as tantas pedras no caminho de cada uma . Dispostas a rir como música, a se emocionar até mergulhar nas profundezas de suas próprias lágrimas e então a renascer. (Minha experiência com Renascimento, agora pela segunda vez, vale um relato na próxima oportunidade, basta dizer que já não sou a mesma).

mulheres...
Uma autêntica Imersão no mundo da gravidez, parto e pós-parto, na memória ancestral e de vida de todas as mulheres.  Encontrei algumas irmãs, comadres que com certeza já conhecia e outras que apenas vislumbrei o brilho.  Aprendi algo das dinâmicas de calor e frio pra mulher e o bebê, calorosamente, e carinhosamente  trabalhar a força  no manejo dos rebozos. Encontrei  a beleza de algo que já sabia na pele: É preciso amar a mulher eu está parindo. Se não parece possível, é preciso mudar alguma coisa para que se possa amá-la!
mais mulheres...
Bazar de Mães Dadas e sucesso do rebozo!
E como é preciso praticar o que aprendemos, já saí de Floripa direto pra casa de uma adorável amiga grávida, que se encantou com rebozo e com quem troquei impressões bem ao pé do ouvido: da vida, das vidas...depois foi outra amiga que ganhou, agradecida,  uma atenção de pós-parto, com olhos cheios de mar mesmo no alto da serra...Então, a festa do Nascer Sorrindo Caxias, justo no dia 18, feliz coincidência brindada de arco-íris no dia chuvoso -ensolarado. As grávidas também quiseram experimentar a massagem de rebozo, revirando os olhos (realmente é uma delícia!) e todos juntos  contar-se as novidades, e vê-las vivas na forma de crianças alegres correndo e barrigas crescidas. Trocar assim como tocar sempre é bom, curativo. Incrível a  experiência da troca material  onde os valores são outros (como no caso do 1º Bazar de Mães Dadas), onde o que foi usado por um leva a bênção pra outro, onde o que foi feito pelas mãos de alguém carrega seus encantamentos do bem!

Neste tempo em que se fala de presentes comprados e empacotados eu venho agradecer aos presentes sem medida que ganho da graça da vida. E a alegria de fazer girar a roda do dar e receber!

Lara e sua filha pintadas por Naolì: a roda da vida, nosso maior presente!

domingo, 27 de novembro de 2011

Maywa

Mais um milagre aconteceu em nossa Arca! Compartilho a alegria e estado de graça pela chegada de Maywa (significa Violeta em quíchua), filha do Francesco e da Talita, dia 12//11/2011, às  18h49. Uma escorpianina forte, rosada e saudável!
Gratidão pela egrégora de luz de todos (especial dos participantes do Festival Agroflorestal, evento que acontecia naquele mesmo dia!). Talita foi uma guerreira no longo trabalho de parto, as ondas que vêm e vão,  mulher-selvagem que habita na memória ancestral de cada um, reverenciada como  portadora da vida por todos nós!
Francesco foi um autêntico pai da nova era, uma fortaleza serena cheio de amor e encanto. 
Gratidão ao Universo por permitir um nascimento de tanto amor e luz, que mais e mais seres possam chegar a Terra  em Paz!
 

sábado, 29 de outubro de 2011

carta para Andresssa

 Tive a alegria de reencontrar a Dessa, amiga de varios anos, artista e mulher que sempre admirei - e acomapanhá-la no finalzinho da sua gestação e no nício de sua vida como mãe.
Não cheguei para o parto - que foi bem rapido e muito abençoado em outra cidade- mas no dia seguinte, depois de nos falarmos no telefone entre risos e lágrimas, escrevi estas palavras como um presente que compartilho com todos:



Querida amiga! Esta madrugada, vc fez parte de um milagre e se descobriu forte, corajosa e selvagem  como uma Deusa. Estou imensamente feliz por você! Sinto-me gratificada por poder ter te acompanhado em parte desta jornada e espero que continuemos conectadas nesta nova etapa de nossas vidas em comum! Esta noite acordei em certa altura e pensei muito em você. Senti. Assim como já sentia que seria assim, ‘lindo”, como você descreveu.
Também  quero desejar todas as boas-vindas,  cheias da alegre inocência e naturalidade das crianças com quem estava convivendo nestes dias, ao pequeno Gabriel. Um novo ser humano na Terra, que chega cercado de amor e carrega o potencial do infinito. Ao Rafa, a toda esta família que se constrói  e também se redesenha, curando e criando vínculos que perduram gerações transformam o mundo.  Que vocês encontrem (pois sei que já possuem) toda saúde, tranqüilidade, confiança, coragem, abundância  de leite, bom humor, apoio interno e externo  e paciência que precisarem no delicado e delicioso desafio de se tornarem mãe-filho-pai. (E, em menor escala, mas intensamente,  avós, tios, padrinhos, amigos...).
Viva a força da vida, que é maior que tudo (e como falamos disso nestes dias) – acabo de acender uma vela celebrando-a e pensando em vocês!
Uma aura de amor e luz pro seu ninho, nos vemos em breve. Sigo a sua disposição. Sua sempre doula
Bruna, a tormenta

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Para elas - vocês - mães da minha vida...

Pensando sobre tudo isso... enquanto a música toca e me toca. e a voz de Alice (como me encanta!), canta:

Música: Alzira Espíndola
Letra: Alice Ruiz
Poesia: Alice Ruiz


amor que se dedica
amor que não se explica
até quando se vai
parece que ainda fica
olhando você sair
sabendo que vai cair
deixar que saia
deixar que caia
por mais que vá sofrer
é o jeito de aprender
e o teu caminho
só você vai percorrer
se você vence, eu venço
se você perde, eu perco
e nada posso fazer
só deixar você viver


enchemos a vida
de filhos
que nos enchem a vida

um me enche de lembranças
que me enchem
de lágrimas

outro me enche de alegrias
que enchem minhas noites
de dias

outro me enche de esperanças
e receios
enquanto me incham
os seios


amor que se dedica
amor que não se explica
até quando se vai
parece que ainda fica
olhando você sair
sabendo que vai cair
deixar que saia
deixar que caia

por mais que vá sofrer
é o jeito de aprender
e o teu caminho
só você vai percorrer
se você vence, eu venço
se você perde, eu perco
e nada posso fazer
só deixar você viver

só olhar você sofrer
só olhar você aprender
só olhar você crescer
só olhar você amar
só olhar você...


Para elas

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Miguel sem fraldas!

Miguel parou de usar fraldas, mais um passo grande de independência (nossa!). Mais uma lição para uma mãe aprendendo a sê-lo.  No verão, ele ficava peladinho e fazia ‘pipi’ na grama ou no pinico mas era só colocar a fralda e adeus sensibilidade. E eu me inquietava, como será no inverno? Teremos que esperar o próximo verão para continuar o processo? E então,  de repente,  ele começou a pedir pra tirar a fralda e ir ao banheiro (não ao penico, claro, mas ao vaso comum e sem adaptador, pois ele quer ser como a gente). Simples assim, sem oferecer a cada meia hora,  sem situações constrangedoras em público, espero que sem traumas para  ele.

Miguel naturista (e sem fraldas) no fim do verão!
 Independência auto-regulada.... 


Então, como falava com minha amiga Nati ontem, a gente perde o sono imaginando como será e as crianças se mostram bastante auto-reguladas, bastando agir com naturalidade e paciência: para começar a dormir na cama, sentar-engatinhar- andar, desmamar – ainda me surpreendo de como foi fácil! Dormir a noite toda (essa etapa desperta compreensivelmente nossa ansiedade de mães...), falar ou tirar as fraldas.      
Também acabou a fase de lavar um caminhão de panos, pois sim, usamos fraldas de algodão reutilizável – e como! – quase exclusivamente.  Ainda não consigo olhar pra trás e dizer que foi super tranqüilo (a memória seletiva deve cuidar disso mais tarde). Deu muito trabalho, gerou conflitos de casal,  mas eu avaliei que foi a escolha que me causava menos sofrimento. Pra mim, comprar, usar na pele sensível do bebê e  colocar fora (opa, fora da onde? Afinal, trabalhamos diariamente o conceito de que a terra toda é nossa casa!) era muitas vezes a mais difícil que o ritual de tirar o cocô- esfregar com sabão de côco- colocar no vinagre e na máquina - estender –dobrar (passar a ferro foi um passo eliminado nos primeiros meses).

Uma das primeiras imagens de nossa "nova rotina" quando Miguel nasceu. Era só o começo!

Respeito e compreendo totalmente as escolhas de cada um, e pra mim acho que fez diferença o fato de que onde moro, no sítio, não passa caminhão de lixo. Temos que administrar TODO resíduo que produzimos.  Então tentamos compostar a parte orgânica das poucas fraldas descartáveis que usamos e tentar reciclar o plástico. Mas não desapareceram de nossa vida, veremos o quanto ainda vão durar...
Enfim, toda fase traz novas rotinas. Não preciso ter mais uma bolsa enorme com todo aparato do nenê! Mas devo estar preparada pra catar uma árvore pra ele ”regar” às vezes no meio da cidade. Ou largar o prato do almoço pra ir limpar – e celebrar – o “bumbum” (como ele chama o cocô)! Faz parte...O fato é que ele mostra todo dia o quanto amadurece... sozinho, como os frutos.

sábado, 6 de agosto de 2011

Maternidade Selvagem

Inspirada pelas queridas "comadres", presenciais e virtuais (aliás o Encontro Nascer Sorrindo de hoje foi lindo, muito especial, obrigada meninas), lanço minha homenagem a Semana Mundial da Amamentação. Recebi este texto em nossa lista Parto Humanizado - RS, na ocasião, senti-me feliz e inspirada e encaminhei para muitas lindas mulheres. Palavras que expressam também a minha gratidão ao universo por ser mulher. Uivemos para lua crescente (e para todas as outras), dozelas, bruxas, grávidas ou com pequenos lobinhos no peito. Em cada ciclo, sempre mulheres!






"Quando seu bebê chorar à noite, guie-se pela penumbra da casa até encontrá-lo e finja que está vivendo numa caverna, em algum clã de uma Era remota. Surpreenda-se por tê-lo deixado longe de seu corpo, exposto ao frio. Não há mamadeiras, nem geladeiras, você não tem fogão. Entenda que o drama da existência de um bebê em sua vida nada tem a ver com chocalhos, bibelôs ou chupetas. Você precisa salvá-lo, defendê-lo de feras e em breve o amarrará em seu corpo para ir à floresta. Só você pode salvá-lo, com seu leite, seu corpo, seu calor. Somente você pode fazer dele uma criatura forte e destemida e isso ocorrerá pela viagem dos hormônios em seu corpo, eles levarão as mensagens por meio do seu leite e de suas atitudes. Parir e amamentar é coisa do eu antropológico em nós.Você só está aqui porque uma linhagem de mulheres e homens um dia, lá atrás, salvaram-se, naturalmente, na luta pela sobrevivência. Todo o resto civilizado é prazer que podemos desfrutar. Não deixe que a beleza da civilização, que todos os ganhos culturais que obtivemos te faça fraca e infeliz por ter uma linda criança nos braços."
 


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Marcela e Samadhi e o parto desassistido

No último dia 28/6, às 13h35 aconteceu um milagre, na Arca Verde, ante aos meus olhos. Mais um novo ser humano deu seu primeiro grito no mundo louco que conhecemos. Mais uma jovem mulher se tornou mãe e nasceu também um pai. E um sol apareceu para trazer alento ao inverno gelado. Os ciclos da vida-morte-vida seguem seu curso,  todos os dias.

Um milagre aconteceu: mais um bebê chegou cheio de luz!
Na Páscoa, quando chegaram Marcela e Miná, muito grávidos e curiosos, eu perguntei a ela quem ia acompanhá-la no parto. “Vamos fazer só nós dois”, ela respondeu com uma tranqüilidade incomum. Após uns dias de convivência, eles manifestaram a idéia de fazer uma experiência comunitária conosco. E decidiram que este era o melhor ninho possível para o bebê nascer.  
As semanas se passaram cheias de conversas e informações.  O pré-natal (no sistema público) mostrava tudo bem, os medos do futuro  puderam expressar-se e dissiparem-se. Mas Marcela, apesar ou talvez justamente por sua tão pouca idade (21 anos!), parecia cada vez mais serena.  Achei que eles estavam certos de que o bebê ia demorar mais do que o previsto, pois não via sequer roupinhas, fraldas ou cueiros, a barriga estava relativamente pequena e a própria Marcela dizia ter nascido com passadas 42 semanas de gestação. Mas não deixei de reparar no divertimento do casal quando limpava e reformava uma velha tina para servir de banheira, ensaiando posições para o parto. Eles agradeceram  e anotaram os contatos de obstetras e parteiras humanizados (apresentei-os inclusive a minha própria equipe de parto domiciliar em um evento do grupo Nascer Sorrindo Caxias). Ainda assim, nas 39 semanas, o casal confirmou a todos que tinha certeza de que o parto seria assim, em casa e sob sua total responsabilidade.  Se eu quisesse, teria prazer em me ter como doula, consciente do papel da acompanhante do parto.  E assim foi, um dia antes de completar 40 semanas. E tudo correu melhor do que eu poderia imaginar.     
Claro que Marcela não foi a primeira mulher que conheci – além de outras histórias que já escutei e li – que aptou pelo parto desassistido (sem médico ou parteira). Uma delas – que já tinha passado dos 40 anos quando teve a primeira filha das duas que pariu sozinha -  dizia para outra amiga grávida na ocasião: “Parto não tem mistério, não, gente. Leia o Parto Ativo (livro de Janet Balaskas) e pronto, não precisa tanta coisa.” Mesmo assim, eu pessoalmente não faria, e não recomendo a todos, especialmente quando não tem a mais absoluta segurança desta opção. Acredito na magia e beleza da atuação da parteira experiente quando conectada com sua missão. É uma transferência do conhecimento antigo das mulheres, da anciã para a jovem que aprende vivenciando e poderá transmitir esta arte àquelas que vierem depois. Um verdadeiro hino de amor à Mulher Selvagem.
 Porém, não deixei de emocionar-me com a conexão de Marcela com seu próprio corpo, ciente de cada etapa do trabalho de parto e nos primeiros momento com o bebê. Me chamou pelas 9 da manhã, após a madrugada de contrações quando recebeu acupuntura e massagem chinesa do companheiro terapeuta. Na banheira por um longo período, ainda falamos com calma sobre a possibilidade de um plano B (o carro estava preparado, bem como o telefone do médico na mão). Deixei claro que estaria ao lado dela de qualquer maneira. Ela apenas sorriu e segurou minha mão. As contrações foram tornando-se mais intensas e me mantive sempre muito segura, como se meu instinto também estivesse aguçado para saber que posição sugerir, onde tocar, o que oferecer. Perto do período expulsivo, ela foi ao banheiro sozinha com o marido, e na volta, preferiu ficar na cama um pouco. Foi quando me disse que estava sentindo abrir e que tinha vontade de empurrar. Começaram aqueles gritos ancestrais – de dor-medo- libertação-poder, tudo junto - que conhecemos tão bem e  apenas por um momento  questionei se realmente eles eram o perfil de casal para este tipo de parto. Respirei fundo e procurei me concentrar no momento presente. Olhei pelo espelho quando ela garantiu que estava sentindo a cabeça descer. E a vi. Chorei de emoção.

Trabalho de parto de Marcela, comigo e o marido Miná:
Samahi chegando mesmo!

Marcela ficou em pé e acocorada aos pés da cama e preparamos as toalhas e fraldinhas.  Le chegou neste momento, com o almoço, e pedi pra ele tomar a câmera. Segurei Marcela  por baixo dos braços e a ergui um pouco (sem pensar muito tecnicamente, mas seguindo meu instinto) para  bebê ter espaço para passar. Foi amparado pelas mãos do pai, ativo e corado e no instante seguinte já dava os primeiros chorinhos no peito da mãe. Quando ele passou, em uma só contração, já pude vislumbrar de relance: “Um menino!” (era surpresa), quando Marcela dizia suas boas-vindas: “Meu bebê!”. Nascido na mesma casa e quase no memso lugar que em novembro de 2009 nascia outro bebê: Davi, filho da Anita e Samuca, outro parto, outro milagre que tive a graça de acompanhar.

A banheira, a tesoura, o almoço e o fogão a lenha:
 parto como antigamente 
Na cama, Marcela aspirou com a boca o líquido do nariz do pequeno Samadhi. Ninguém disse a ela o que fazer, ela simplesmente fez.  Miná cortou o cordão depois de nascida a placenta, com minha tesoura de tricô (presente da amiga alemã Petra), fervida como antigamente. Logo Miguel entrou e deu as boas vindas do reino das crianças, chamando o pequeno pelo nome (na Yoga, Samadhi é o estado de perfeita união com Deus).  A paz reinou o tempo todo na casa pequena e despreparada e ainda nos inebria, passada uma semana. O bebê, que pesou 2,8kg, já parece maior e está mamando cada dia mais, o umbigo já cicatrizou. Pra mim, outro renascimento, como doula, mãe e Mulher (quem sabe um dia aprendiz de parteira).  Acendi uma velinha em Gratidão ao Universo – que afinal, permitiu que tudo corresse bem, pedindo saúde para nova família e  a dádiva de que mais e mais crianças possam vir ao mundo com tanta luz e simplicidade.        

terça-feira, 14 de junho de 2011

A arte e a magia de contar histórias

Assim como a querida Clarissa Pinkola Estés, autora do clássico de Mulheres que Correm com os Lobos, sou uma cantadora y cuentista, uma “contadora de histórias” da velha escola, descobri que é também assim que ‘aprendo o que ensino’. Antes de fazer reportagem, prefiro crear (palavra antiga que conjugava ao mesmo tempo os verbos “crer e “criar”) ouvindo e contando, com emoções que já não são apenas minhas ou de quem me contou, mas universais.
Me encantam especialmente as histórias de mães guerreiras, das minhas amigas que corajosamente enfrentaram seus medos, as faltas de apoio, as inseguranças pessoais e a pressão social e foram até onde puderam e muito além, inundadas de coragem, para gerar, parir e criar seus filhos da sua melhor maneira. Por isso, quando a colega Rachel me passou o livro Parto com Amor, do casal de pais humanizados e jornalistas Luciana Benatti e Marcelo Min, respondi:”Esse é o livro que eu gostaria de escrever!” E quem sabe? Ainda existem tantas histórias sobre partos com amor a serem contadas...
Parto com Amor: um livro que eu gostaria de escrever
e adorei ler!


Parto com Amor, de Luciana Benatti e Marcelo Min
Editora:Panda Books
Páginas:228




De fato, fiquei bem encantada com a forma simples, informativa e carinhosa com que as histórias foram contadas, na primeira pessoa com a linguagem de nossos relatos de parto (apesar de terem sido redigidas pela autora a partir de entrevistas)  e com fotos lindas, realmente.As informações seguem uma linha obstétrca e podem ligeiramente divergir  de outras que escuto em meus círculos sobre o assunto, mas penso que não diminui o valor do livro no sentido de inspirar e abrir janelas para fora do senso comum. 
Uma das mais belas imagens do livro pra mim: o sorriso divino e
as lágrimas!
Outra coisa bacana foi o livro ter aberto com a história do primeiro parto dos “pais” do livro. Depois segue uma trajetória cronológica de vários nascimentos, onde se repetem personagens e lugares, e aparecem desafios e lições sempre inéditas – afinal, cada mulher é uma e cada filho também. Por fim, o epílogo conta a chegada do  segundo filho, dos mesmos pais já tão transformados. Encontrei aqui uma passagem particularmente emocionante. No meio do trabalho de parto domiciliar, a criança da casa acorda e acompanha a chegada do irmãozinho. Os olhos de mãe filho se encontram e a esta mulher guerreira tem o cuidado de dar uma explicação – rápida e simples -  sobre o que estava acontecendo. E diz; “Filho, pro irmãozinho sair da barriga a mamãe vai ter que dar uns gritos de leão!”. Iniciando a cria nos ciclos tão naturais da vida-morte-vida, intensos e sagrados, como deveriam sempre ser.
Falar em contar histórias também me lembra de recomendar outro bom livro sobre o assunto, de um contador inteligente e divertido com quem tive o prazer de encontrar-me há poucos dias. O homem de vidro Ricardo Jones  e suas memórias me fizeram entender melhor os médicos e também o universo masculino com temas de sua vida pessoal e profissional. Histórias que conduzem quem se permite ao riso e as lágrimas em meio a informações sérias.

  


Memórias do Homem de Vidro - Reminiscências de um Obstetra Humanista, de Ricardo Herbert JonesEditora: Idéias a Granel, Páginas:284

Que possamos recontar, contar novas, inspirar que se façam mais e mudar aos poucos a cultura das histórias de nascimentos. Para que o arquétipo da mulher selvagem que sabe parir continue vivo em cada uma de nós e em nossas descendentes.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Parto Orgásmico em Caxias!


Será dia 6/6, segunda de lua nova, no centro de Cultura Ordovás de Caxias do Sul, às 19h. E o que sobrar da arrecadação será usado pra comprar materias didáticos pro Nascer Sorrindo Caxias. Viva o cine-debate dos temas importantes!

Maternagem Zen!

A convite dos amigos do coletivo ManifestaSol, levamos o tema da Maternagem Natural para Tenda da Lua - espaço da energia feminina - de um evento muito bacana que aconteceu pela primeira vez em Caxias, o ManifestaZen.  O evento reuniu terapeutas, estudiosos, focalizadores de grupos e curiosos de todos os tipos para buscar juntos uma mensagem essencial contida no próprio Zen:  a simples e misteriosa graça da vida! Para tanto, dançamos, brincamos, oramos, re-encontramos  amigos e corações e cantamos mantras tomando chá (festão!)
Foi uma delícia! A presença familiar da minha irmã fada Nati e das "comadres" do Nascer Sorrindo Caxias fez toda diferença. Mulheres (das que correm com os lobos!) e mesmo alguns meninos muito especiais criaram uma egrégora de sagrada leveza. Invocamos nossas ancestrais (aquelas das quais herdamos nossa herança!) e refletimos -rapida mas profundamente - sobre os ritos de conceber, gerar, parir e criar nossos filhos em conexão com Pachamama, ou seja, a mulher Sábia que vive em cada uma!


a Tenda da Lua do ManifestaZen

domingo, 8 de maio de 2011

Nosso grupo é notícia em Caxias

Escrevo desde o dia das Mães conectada com tantas mulheres maravilhosas que compõe meu clã para contar que na última semana o parto humanizado tornou-se notícia em Caxias do Sul - RS. O grupo Nascer Sorrindo - que ajudei a ´"parir" e já caminha sobre as próprias pernas mostrou-se com muita verdade em uma matéria sensível e completa (como uma apresentação do tema) de Tríssia Ordovás Sartori para o jornal Pioneiro.Confira por aqui!



Nascer Sorrindo Caxias (ou algumas de suas participantes mais confirmadas:
Lígia, Nati, Rachel, eu e Paula com os pequenos Athos e Luna
fotografados por Maicon Damasceno para o jornal Pioneiro 
 Além da reportagem, a doula Rachel também foi requisitada para falar sobre o tema para o rádio e na TV UCS (com a Paula mãe da Luna), além de dar palestra em uma loja de gestantes. Nada mal para quem sentia que falar de "doula" era o mesmo que falar de "girimum"! Em todas as oportunidades a repercussão foi positiva, uma vez que contamos sobre o que acreditamos com nosso coração.

Nosso encontro NSC esta semana foi especial para celebrar a data festiva - uma boa desculpa pra se estar com a mãe e sentir-se acolhida em seu amor incondicional. levamos nossas próprias mãe pra contarem suas experiências: tanto as de pertencerem a ùltima geração dos nascidos em casa, da chegada de seus próprios filhos e das suas ecolhas. Por fim, desfrutar juntas o encantamento de terem se tornado avós (as crianaçs também estavam lá, que delícia para o orgulho geral!).


sábado, 7 de maio de 2011

Celebramos a vida! - como foi a I Vivência pra Futuras Mães

A primeira Vivência para Futuras Mães foi bela como uma flor se abrindo - ícone de começo e do despertar. Apesar de poucas mulheres terem ouvido o chamado para estar lá - talvez até literalmente, o que nos fez repensar a divulgação para um público tão específico - a experiência e aprendizado foram gigantescos. Acabamos por integrar mais os meninos (que se mostraram autênticos papais da nova era!), e a própria equipe de poderosas mulheres de nosso clã.

Tainá, queridona, com seu pequeno Amaru, hora no peito, ora dormindo, trouxe sua rica experiência de mãe recente e professora de yoga (e sua preparação pro parto natural) em uma oportunidade inesperada de voltar a atuar  apoiada pela rede da comunidade. Linda e Fábia - uma mamãe pro futuro e uma doula nata - encantaram com seus tambores e vozes na floresta, danças e histórias, massagens e meditações labirínticas. Os meninos e suas delícias saudáveis são sempre um presente. Eu fiquei feliz por me encontrar uma educadora perinatal bastante segura e inspirada (com informações estudadas e scutadas desde quando descobri que estava grávida), agora com mais bagagem e ferramentas para compartilhar!


Pinturas corporais (ou, no caso, "barrigais") expressaram o contato com
a vida que pulsa e cresce!
 Um lindo figurino pra dança afro: momentos belos de uma bela Vivência
Adorei aprender a sessão básica de reflexologia que casou superbem após o escalda-pés de lavanda (um momento divino da Vivência!). Será o presente de Dia das Mães pra minha querida mama (essa mais do que merece relaxar do pique necessário pra ser vó do pequeno trovão Miguel)! Toque e carinho, cuidado e cura, tudo que as mães da Terra (e a pópria)  precisam pra celebrar seu amor generoso e abundante.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

2 anos depois....

Neste dia 20 de abril vou completar 2 anos como mãe. Lembro da sensação de ter "uma elefante" no quarto: uma coisa imensa e estranha, uma sensação ainda misteriosa e indescritível- mistura de amor, medo, poder, nó na graganta, orgulho, gratidão tudo junto -  que não cabia em mim e por isso me fez crescer e crescer... (aliás: "hoje eu sinto que cresci bastante como diria o Palavra Cantada"!).
Vivenciar intensamente e espiritualmente trabalho de parto foi essencial para a construção da minha maternagem. Já vinha há algum tempo em busca do auto-conhecimento e conexão, mas a gravidez despertou áreas até então adormecidas e o parto foi a celebração disso tudo. Da Mulher Selvagem que mora em mim, da mamífera criadora, que estava pronta para a nova vida, que tinha força e coragem pra deixar morrer o que ficou pra trás... E de fato, os desafios também são gigantes como meu coração! Em homenagem a isso, estou publicando meu relato na página ao lado (que escrevi a 1ª versão no auge do puerpério, quando Miguel tinha 3 meses e estava tudo a flor da pele...)

Miguel apagando a velinha!
E meu filho, que criatura divina! Ele merece todos os Parabéns do mundo, brincando e sorrindo aprendeu tudo que sabe: a mamar e desmamar, comer e saborear, engatinhar e andar, dormir e despertar pro mundo, pensar e falar, chorar e gargalhar, criar e esquecer... celebramos juntos, na Arca, neste fim de semana. Agradeço aqueles que sentiram o chamado no coração de estar conosco e os que enviaram boas energias de longe! Miguel estava em êxtase com os amiguinhos, os brinquedos (o pessoal entrou na onda e deu presentes ecológicos lindos), a atenção, os quitutes tão gostosos quanto saudáveis (gratidão aos amigos!). Minha alegria celebra graças ao Universo por tudo que estou vivendo neste tempo. Uma abundância  do tamanho de um elefante!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Vivências para as futuras mães...

O mês das mães está chegando e meu presente está aí! os grupos de mulheres e esta vivência super especial na Arca, vejam só:




Esta sou eu (mais reconhecível)
na arte que insprou o cartaz.
41 semanas de gravidez!

Além de ser a realização de um sonho - levar para a Arca (minha casa e um espaço de auto-conhecimento e conexão) meu trabalho como doula, as mães/pais construindo-se, descobrindo-se e minha doce doula Fabi como parceira em uma rede que está apenas nascendo ! Eu e Linda planejamos uma programação tranqüila, sensível e cheia de possibilidades para interiorizar, expressar e celebrar o momento de plenitude que é a gravidez! Etera presença da fada dançarina Nati para nos conduzir nas danças circulares será muito inspirador. Estou feliz demais! Pra colocar ainda mais algo de meu e original, fiz a arte deste cartaz com uma foto minha, dias antes do Miguel nascer!


Vivência especial para futuras mães- As guardiãs da nova humanidade
30 de abril e 1º de maio de 2011
Instituto Arca Verde, São Francisco de Paula – RS

Um milagre está acontecendo, crescendo, pulsando dentro de você! Momento ideal para voltar ao seio de nossa mãe maior: a Terra e fazer uma jornada para dentro de seu Sagrado Feminino, acompanhada de outras mulheres e mães!
Yoga para gestantes
Meditações
Arte, música e danças para celebrar a VIDA
Vivências de preparação para o parto ativo e empoderado
Maternidade consciente e conectada
Alimentação saudável, vegetariana e vitalizante
Atividades tranqüilas em contato com a natureza
Investimento
125 reais + 50 com acompanhante (ótima oportunidade para os futuros pais!). Inclui hospedagem em alojamento  e alimentação  especial para gestantes.  
*Chegada e acolhimento na tarde do dia 29/04 com sessão comentada do filme Orgasmic Birth após o jantar.
Informações e inscrições
institutoarcaverde@gmail.com
54-99017745/ 99561056
O nosso Nascer Sorrindo Caxias acontecerá dia 4 de abril, 19h,na casa da Ivete, rua Luiza Fregonesi Zatti, 1210, bairro Fátima.


mapa da casa da Ivete

sábado, 12 de março de 2011

Mulher, mãe: sacerdotisa dos dias

Longe da folia televisiva, meu carnaval foi de muito trabalho prazeroso e enriquecedor, nem por isso menos cansativo. Entramos o dia da mulher cantando pra deusa do Arco-Íris: "Vás onde queiras ir/ Faz o que queres tu/ Te guia o coração" em uma roda diversa de mãos e vozes pequenas e grandes, marculinas e femininas. Depois do descando das cinzas, sonhos reveladores e a avaliação em grupo do trabalho trouxe a tona mais uma vez a questão: como viver em totalidade e equilíbrio expressando ao mesmo tempo a eficiência e o cuidado, trabalhando e sendo mãe? De volta ao ar, vi que esta conversa também ressoava em meu grupo virtual de mães trazendo histórias tocantes e propósitos altruístas. Escrevi então meu próprio relato, que compartilho:

A maternidade muda nossa vida. Em Recife conheci uma dentista que estava abrindo uma loja virtual para o bebê ecológico.Li uma matéria uma vez em uma revista sobre um casal de empresários que abriu uma fábrica de papinhas orgânicas. Eu mesma, de jornalista e militante socio-ambiental (entre outros rótulos), hoje me vejo mais como focalizadora de grupos - entre eles do Sagrado Feminino, doula e tecelã das redes de mulheres e mães. Lentamente (as vezes mais do que gostaria), contando histórias, construindo juntas os laços de apoio mútuo e espaços para sentir-nos bem, inteiras, com nossos pequenos no peito e ainda assim compartilhando nossa totalidade: as luzes e as sombras. Ainda é um delicioso mistério pra mim a dimensão de todo este processo de auto-conhecimento que envolve viver a meternidade, pois muitas caixas secretas se abrem em nosso interior e um oceano caudaloso de medos e deleites emerge de nossas profundezas. Às vezes dá vontade de fugir de tudo isso e voltar logo a ser o que éramos antes, FILHAS NO COLO DE SUAS PRÓPRIAS MÃES, esse impulso também faz parte. Mas não tem volta. Para alguma coisa nascer, outras coisas morrem, essa natureza da vida-morte-vida chega rachando na gravidez, no parto e nos primeiros tempos com o bebê.
Hoje com Miguel quase completando dois anos percebo em susto minha essência criativa voltando pra mim, gerando novos projetos e sonhos - eternamente grávida (e sonhando repetidamente - e simbolicamente - que estou grávida de novo!), minhas próprias necessidades gritando pelo seu espaço. Sinto-me iniciada em vários aspectos e em outros apenas nos primeiros passos, mas cheia de coragem por ter já atravessado tão profundo rito de onde os louros são os vínculos necessários e profundos.

As mulheres não deixam de 'trabalhar' (ou dedicar-se integralmente ao trabalho) para serem mães - o que é quase compulsório nos primeiros meses/anos de amamentação e fusão emocional. Ao contrário, elas se entregam a outro ofício sagrado - sacrificando, com consciência ou não, alguns aspectos de si mesmas. Trata-se de um trabalho em imersão, com ritmo constante dia e noite, e plenamente espiritual. Pouco a pouco o bebê vao construindo a própria personalidade feita das referências que experimentou enquanto chegava pelas nossas mãos a este mundo confuso, mas fundamentalmente bom. É hora de meditar: o que em mim não cala? Que sinal de fumaça estou enviando pro Universo - e qual a intenção que realmente quero manifestar? Quais são minhas perguntas-chave? O que alimenta a minha alma? Este caminho (trabalho, filho, doutorado, ir pra Índia, outros filhos, blog, tocar tambor, reforma na casa, aprender alemão, banho nu de cachoeira, parcerias, festa de aniversário...) tem coração? Então é o único caminho a seguir.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Convites de comadre pros próximos dias!

Rituais, retornos de saturno, renascimentos...Neste dia 26 completo 29 anos, escrevo das profundezas astrológicas (trovejando reflexões). Todas as irmãs, amigas e mamães são bem-vindas neste evento pra batucar este ciclo (e os seus próprios) juntas!


Dia 02 de março, temos novo encontro Nascer Sorrindo Caxias! Semente que germinou e não para de crescer em minha terra natal,  cada vez contando com novas adeptas. Nesta oportunidade conversaremos sobre parto hospitalar - como é, as rotinas e o que pode ser feito para tornar o processo mais empoderado e humanizado. Além claro, dos assuntos de sempre. Mais detalhes com a doula Rachel  rachel.s.soares@gmail.com.

Minha querida Nati, flor e borboleta, dançante e encantada fada. Neste tempo, com sua nova vida em Caxias, compartilhando e construindo novos/antigos saberes. Estarei lá pra aula inaugural e convido a todos que quiserem trilhar este caminhos de auto-conhecimento e comunhão que são as danças circulares (uma de minhas paixões!).


 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Esse meu mar de emoções...

Mamãe Iemanjá
Brilhante como o luar prateado refletido nas espumas do mar, uma entidade vestida de branco e azul caminha sobre a água com os braços abertos abençoando a fertilidade. Assim é Iemanjá, a mãe de quase todos os orixás segundo a mitologia afro-brasileira, cuja data sincrética se comemora em 2 de fevereiro.

Levamos (com a  mana Nati e sua voz de sereia)  um pouco da Rainha do Mar para nosso encontro Nascer Sorrindo Caxias II/2011 -justamente no dia 2/2- em forma de dança malemolente, oração e hino de homenagem. O mar é o útero da vida, sempre em movimento ondulante, gerando e conduzindo. Em um de nossos livros de arquétipos femininos,  Iemanjá corresponde a Entrega, a chave para o mergulho nas profundas águas do inconsciente, própria essência do parto natural. Para mulher, este é um dos momentos mais selvagens e sexuais de sua vida, como pudemos compartilhar no relato sensível cheio de insights da Paula sobre o recente nascimento da pequena Luna (presente e participante), em casa com a equipe de Ric e Zeza e a doulita Rachel.
Ela contou sobre como enfrentou o desafio final que surge nas últimas braçadas da jornada do trabalho de parto, quando já avistamos a praia e, exauridas, pensamos que não temos mais força nenhuma. É hora de permitir o nascimento da mãe, forjada de sombra e luz, medo e coragem, e abraçá-la. Então, constatamos que éramos ainda mais fortes do que acreditávamos e que, agora sim,  estamos prontas. Suas palavras levaram-me às lágrimas em diversos momentos, assim como ver nosso Athos tão crescido e comunicativo. O corpo emocional de toda mulher segue a Lua como as marés, todos os meses.
Nascer Sorrindo Caxias II/2011 no dia de Iemanjá:
puras bênçãos, reencontros e emoção! 
Que bênçãos salgadas de Iemanjá recaiam sobre as mulheres que enfrentam tempestades, como tantas que encontro e outras que estão sempre em meu coração. Que embalem a confiança  no próprio corpo e na divindade interior que o habita, na intuição, na Natureza que nos ensina  e no Universo com suas  oportunidades e sua infinita abundância. E que não tarde o próximo abraço de amor fundamental de Mamãe Iemanjá.