"Não se pode maternar sem sustentação. Não se pode maternar sem fusão emocional. Não se pode maternar sem buscar o próprio destino."
Laura Gutman, terapeuta argentina

domingo, 30 de janeiro de 2011

O poder das Mulheres

Girando dançamos de mãos dadas
Tecando nossas vidas em um círculo
Com poder do amor
Seguimos a dançar...

Vivências do feminino, Corpo e Movimento
As deusas de cada uma cirandando
Um encontro de mães, filhas e crianças, que delícia!
As mamães no Casarinho, nas 9 luas da Tai:
bênçãos e histórias de tantos nascimentos...
Curso de Artesanato em Vime na Arca e a poderosa professora Petra
com minha doce Nati e a encantadora Talita
Mãos de mulheres tecendo redes de amor e apoio mútuo


domingo, 16 de janeiro de 2011

Era uma vez este verão...

Meu ano-novo na Arca foi colorido pela  energética presença de 5 bebês muito ativos de 8 meses a 2,5 anos e um na barriga de sua mãe – todos meninos (essa nova era está mesmo cheia de homens yin-yang)! Encantamos o espaço embaixo da camélia para abrigar os pequenos – Cauã, Yishai, Tom Chico, Miguel e Joaquim - com direito a caixa de areia com guarda-sol, piscina embaixo das árvores (trazendo o lago mais pra pertinho) e barraquinha com livros e brinquedos. Quem mais curtiu foram as mamães que puderam compartilhar mates e coisas da vida mais sossegadas. As crianças se amavam e disputavam como verdadeiros irmãos e eu me emocionei imaginando o potencial de nossas redes, nossos círculos nossa comunidade maior.

ano novo lúdico!


Nascer Sorrindo Caxias reunido, que lindo!!!
E falando sobre rede, foi bonito de ver o segundo encontro do grupo Nascer Sorrindo Caxias que aconteceu em um espaço muito gostoso e repleto de boas vibes em Caxias.
Nesta casa, a Ivete e a Giovana (duas fadas-enfermeiras) vão realizar um trabalho bem profundo com casais para concepção-gestação-parto e puerpério  com consciência e conexão. Rever a Nati (e seu Athos crescido!) e a Rachel me fez muito bem, além de reecontrar e conhecer o demais elos desta família que se expande, aprende e discute, relata e se emociona com temas tão vibrantes como os novos seres que chegam a Terra! Fizemos a barriga de gesso da Paula e abençoamos a sua boa hora próxima –hoje ela já está com a Luna nos braços, nascida em casa cheia de saúde e cercada de amor. Ah, nosso próximo encontro é dia 2 de fevereiro, salve mamãe Iemanjá!

eu, Cris e nossos bebês: novíssima geração da família!
E já que o assunto é família, estive na praia da minha infância – condomínio Quadrado em Arroio do Silva - com Miguel, meus pais e minhas irmãs (Le chegou depois pra nos trazer pra casa!). Lá reencontrei, depois do intervalo de 5 anos! – os primos com quem passei todos os verões da minha infância e juventude, com quem dividi meu crescimento e descobertas. Hoje são nossos filhos que corem pelo Quadrado, entram nas casas uns dos outros, inventam jogos e tecem vínculos enquanto nós repetimos as mesmas rotinas de nossos pais...Literalmente muito familiar. Minha priminha Chris, amigona da mesma idade, agora é a mais nova mamãe da minha geração! Vê-la assim, com a bebê no peito tocou meu coração. Assistimos nossos vídeos do parto(a sua pequena Carol nasceu de parto normal hospitalar há 4 meses) , muitas informações e impressões entre risos e lágrimas, de nossas novas vidas!
Na Arca de volta, Miguel seguiu socializando com o amigo Abraão de 2 anos e 3 meses que nos visitou. É um barato é acompanhar os diálogos e a construção  de uma comunicação semi-verbal repleta de incomensurável pureza e verdade. Além de mais uma oportunidade de  contatar outra mãe do meu tempo, seus sonhos e desafios tão paralelos aos meus.
Hoje recebi o contato virtual de minha irmã cósmica Tai, um filha das águas - que está já pronta pra receber seu bebê e prepara o ninho material e energético. Desejaria que estivesses aqui, mas envio o barulho do vento nas folhas das árvores dizendo que estou e estarei ao seu lado sempre que precisar!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A dança da vida


Vivências do Feminino
Corpo e Movimento
Aprender a dançar a vida é fundamental para as mulheres que se vêem perdidas nos tantos papéis que exercem no dia-a-dia. Pelo movimento nos conectamos com a nossa essência de deusas e homenageamos o Sagrado presente em cada uma. Com os pés na terra e os braços erguidos ao céu, damos as mãos e alçamos juntas esse vôo de ritmo e contato, revivendo as antigas tradições! A Terra chama por suas filhas, vamos cirandar juntas!
*chegada no dia 21 a tarde e noite, com jantar incluído

22 E 23 DE JANEIRO DE 2011*
Instituto Arca Verde – São Francisco de Paula – RS
Sábado 22/01- Desjejum
- Abertura (Ritual do Movimento)
- Danças Circulares I
- Almoço
- Vivência dos 5 ritmos
- Oficina de dança afro
- Jantar
- Celebração dançante


Domingo 23/01- Meditação dinâmica
- Desjejum
- Vivência em dança somática
- Danças Circulares II
- Almoço
- Tarde livre opcional (banho de lago, trilha ecológica)
Contribuição SugeridaR$ 95 em camping ou R$115 em alojamento.
Inclui alimentação vegetariana saudável e hospedagem.
Informações e inscrições:

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O encontro com a sombra

Estou certa de que estamos no mundo para aprender e poucas coisas nos ensinam mais do que aquilo que escondemos, temos medo ou não aceitamos em nós mesmos e relegamos à sombra. Para a terapeuta argentina Laura Gutman a maternidade é uma excelente oportunidade de trazermos a luz e abraçarmos este aspecto através da fusão emocional com nossos bebês (que se tornam nossos espelhos).
A maternidade e o encontro com a própria sombra (que encontrei na livraria Cultura em Recife, recém-lançado!) tem me trazido muitos insights sobre minha própria experiência de maternagem e tantas que acompanhei. Passei os olhos por este livro e outros da autora em espanhol ainda na gravidez e comecei a estudar, refletir e buscar informações sobre este tema. Mesmo com histórias tão diferentes, absolutamente TODAS minhas amigas mães (e eu mesma) relataram ter passado (ou estarem passando) por “altos processos” emocionais nos dois primeiros anos com o bebê.  Pra que isso nos acontece?  Pra mim, tinha que ver com o deixar morrer a pessoa que fomos para que nasça uma nova mulher. Mas que ritos de passagem precisamos enfrentar para “parir” essa transformação?

“Transformar-se em mãe-bebê e atravessar o puerpério em um estado de consciência de outra ordem. É preciso que as mães enlouqueçam um pouco, e para isso elas precisam do apoio daqueles que as amam, que lhes permitam abandonar sem risco o mundo racional, as decisões lógicas, as idéias, a atividade, os horários, as obrigações. É indispensável submergir nas águas do oceano do recém-nascido, aceitar as sensações oníricas e abandonar o mundo material”.
 E quem de nós não enlouqueceu ,  esqueceu coisas, ficou a flor da pele? Uma amiga psicóloga contou que, após viver toda vida adulta aprendendo a controlar sua emoção especialmente no que se referia a seus pacientes, ganhou sua filha e chorava aos berros na frente de todas as visitas, totalmente incapaz de dominar este impulso. Libertou sua emoção maternando! São muitos os exemplos, no meu grupo virtual de mães (que aliás, me ajudou demais neste período) pude constatar o quanto é natural sentir-se assim.
Parto empoderado
O parto é a “erupção de um vulcão” interno, um rompimento espiritual. Aí mais um motivo crucial pelo temos que retomar nosso poder nesta hora. Assim, vivenciando o parto (celebração máxima do encontro com nossa sombra)  como um “acontecimento íntimo, sexual, amoroso, pessoal, único e mágico“ estaremos fortalecidas para começar lentamente a juntar nossos pedaços e reconstruir-nos. Lembrando que um vulcão nunca é o mesmo depois de uma abertura como essa.
Lactação
Primeiro desafio para mulher puérpera, desligada de suas referências anteriores (trabalho, amigos, estudos, lugares, sono, diversão) e em franca fusão emocional com seu bebê,  a amamentação é um resgate da nossa mulher selvagem. “Dar de mamar é se despojar das mentiras que nos contamos durante toda vida sobre quem somos ou deveríamos ser. É estarmos soltas, poderosas, famintas como lobas, leoas, tigresas, cangurus ou gatas”. 
Sexualidade
Após isso, a redescoberta da sexualidade, agora profundamente yin: “sutil, lenta, sensível, feita de carícias e abraços”. A mulher está sempre com seu bebê nos braços, ainda que ele pareça dormindo no berço, e a relação amorosa  dos pais necessariamente inclui a criança. A libido das mães se transfere para os seios, nosso desejo se transforma  bem como nossa forma de fazer amor. É o momento do homem desenvolver junto com a companheira a parte feminina de sua sexualidade. Se todo carinho for tomado como um convite para o sexo, corre-se o risco de criar um abismo entre o casal. 
 
A maternidade e o encontro com  apropria sombra – O resgate do relacionamento entre mães e filhos
Autora: Laura Gutman
 Tradução: Luís Carlos Cabral
Ed. Best Seller, 2010
 
 
E por aí vai: alimentação, problemas de sono e doenças infantis,  controle dos esfíncteres, os papéis familiares, comunicação com o bebê,   momento da separação emocional após os 2 anos... enfim, os temas de nosso cotidiano através de um outro olhar. Um olhar que valoriza introspecção, auto-questionamento em busca de nossa verdade pessoal, enfrentamento dos traumas e segredos e crescimento espiritual. Este conhecimento me trouxe mais força na convicção de trabalhar com as mães recentes, as tais “puérperas”, e ajudá-las  a entregar-se para atravessar este período, apoiadas umas pelas outras. Por nós, por nossos filhos e pelo mundo!