"Não se pode maternar sem sustentação. Não se pode maternar sem fusão emocional. Não se pode maternar sem buscar o próprio destino."
Laura Gutman, terapeuta argentina

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Presentes...

Sou uma doula, mulher e mãe realmente agraciada pela vida!  Mesmo sem saber que dia 18 de dezembro era o Dia da Doula – uma iniciativa pra promover o trabalho destas mulheres pelos partos empoderados e felizes – recebi grandes oportunidades de crescimento deste aspecto tão importante em minha vida nos últimos tempos.
Primeiro acompanhar a chegada da pequena Maywa e todo processo de mais uma família (meio baiana-equatoriana- gaúcha-arcaverdiana) se formando com seus desafios e encantos. Depois, por meio destes “cumpadres”, a oportunidade de conhecer pessoalmente a arteira mexicana Naolí Viinaver – cujo trabalho acompanho há vários anos -  e que agora está morando e dando cursos aqui do lado, em Florrianópolis-SC.

Eu, Naolì e Amanda, outra gaúcha. Bah, que momento!

Naolí é mesmo uma mulher bela, vibrante e sábia como uma autêntica xamã da Lua. E tem o humor encantador de todos mexicanos que conheço. Transmite o conhecimento da forma que mais me inspira: uma ‘cuentista’, contadora de histórias. Histórias que cantam e dançam, histórias que nascem devagar ou como um raio, histórias que dão à luz.
Naolì em ação: ensinamentos de uma autêntica xamã da Lua

E, com ela, 40 mulheres poderosas de vários cantos do Brasil. Parteiras, enfermeiras, terapeutas e sobretudo doulas. As “doulas do Brasil”, compartilhando os sonhos, mais histórias e as tantas pedras no caminho de cada uma . Dispostas a rir como música, a se emocionar até mergulhar nas profundezas de suas próprias lágrimas e então a renascer. (Minha experiência com Renascimento, agora pela segunda vez, vale um relato na próxima oportunidade, basta dizer que já não sou a mesma).

mulheres...
Uma autêntica Imersão no mundo da gravidez, parto e pós-parto, na memória ancestral e de vida de todas as mulheres.  Encontrei algumas irmãs, comadres que com certeza já conhecia e outras que apenas vislumbrei o brilho.  Aprendi algo das dinâmicas de calor e frio pra mulher e o bebê, calorosamente, e carinhosamente  trabalhar a força  no manejo dos rebozos. Encontrei  a beleza de algo que já sabia na pele: É preciso amar a mulher eu está parindo. Se não parece possível, é preciso mudar alguma coisa para que se possa amá-la!
mais mulheres...
Bazar de Mães Dadas e sucesso do rebozo!
E como é preciso praticar o que aprendemos, já saí de Floripa direto pra casa de uma adorável amiga grávida, que se encantou com rebozo e com quem troquei impressões bem ao pé do ouvido: da vida, das vidas...depois foi outra amiga que ganhou, agradecida,  uma atenção de pós-parto, com olhos cheios de mar mesmo no alto da serra...Então, a festa do Nascer Sorrindo Caxias, justo no dia 18, feliz coincidência brindada de arco-íris no dia chuvoso -ensolarado. As grávidas também quiseram experimentar a massagem de rebozo, revirando os olhos (realmente é uma delícia!) e todos juntos  contar-se as novidades, e vê-las vivas na forma de crianças alegres correndo e barrigas crescidas. Trocar assim como tocar sempre é bom, curativo. Incrível a  experiência da troca material  onde os valores são outros (como no caso do 1º Bazar de Mães Dadas), onde o que foi usado por um leva a bênção pra outro, onde o que foi feito pelas mãos de alguém carrega seus encantamentos do bem!

Neste tempo em que se fala de presentes comprados e empacotados eu venho agradecer aos presentes sem medida que ganho da graça da vida. E a alegria de fazer girar a roda do dar e receber!

Lara e sua filha pintadas por Naolì: a roda da vida, nosso maior presente!