"Não se pode maternar sem sustentação. Não se pode maternar sem fusão emocional. Não se pode maternar sem buscar o próprio destino."
Laura Gutman, terapeuta argentina

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A visita da anciã

zezé, suely, linda, paula, eu e mig

Como toda mulher, Suely Carvalho é jovem e velha ao mesmo tempo. Carregando o nome de minha avó materna (que pariu 5 em sua casa, onde também acontecia o parto de suas irmãs), trouxe-me  a ancestralidade da parteria tradicional baseada na experiência  e confiança.  Voando as tranças pelo Brasil e arredores, acompanhando o pique das também jovens seguidoras que a acompanham, se define como eterna aprendiz.
Receber em minha casa, a Arca Verde, a visita de Suely trazida pela doula Zezé foi uma delícia. Tomando chimarrão e café, comendo os chocolates (receita nova que deu certo de primeira!) do dia de São Cosme e São Damião, recebi notícias dos amigos comuns de perto e de longe, e  do que se faz naquele outro Brasil chamado nordeste. Da formação de aprendizes de parteiras ancorada em ferramentas espirituais, de vivenciar o próprio nascimento e a história familiar pra tecer auto-conhecimento, das tendas vermelhas do tempo de Jacó e suas esposas, só pra citar alguns aspectos do trabalho com o Sagrado Feminino que Suely realiza especialmente entre Pernambuco e Bahia. É saboroso trocar idéias, experiências e emoções sobre meu assunto preferido desde que a barriga se pôs a crescer pulsando uma nova vida: o desafiante estado de graça da maternidade.  
Ser mãe é reviver a história de nossas mães, uma oportunidade de curar relações. Ser avó é passar de novo por isso em outra volta da espiral da vida. Vejo isso em minha mãe e minha vó paterna, que tem uma relação encantadora com meu MIguel. Suely já é também bisavó e compartilhou que desconhecia o tamanho de sua capacidade de amar antes de conhecer os netos.  Assim voltamos a construir a história de nossos poderosos clãs femininos familiares, cheios de mães, tias e avós e assim encontrar a nós mesmas.
Em breve, espero que Suely volte para conduzir na Arca uma vivência conosco. Também é de meu desejo me tornar uma aprendiz de parteira e ajudar a trazer ao mundo as crianças da nova era! Ahá

terça-feira, 21 de setembro de 2010

infinita e particular

uma flor para minha primavera e teu outono, inaugurando este blog com amor e gratidão por ti!


Gerânio  Nando Reis, Marisa Monte, Jennifer Gomes
 
Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo do ângulo mais bonito
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes
Sente e vive intensamente
Aprende e continua aprendiz
Ensina muito e reboca os maiores amigos
Faz dança, cozinha, se balança na rede
E adormece em frente à bela vista
Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda
Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana
Fala inglês e canta em inglês
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes
Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga
Tem computador e rede, rede para dois
Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão
Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro, mas prefere cinema
Sabe espantar o tédio
Cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda
Estou com saudades e penso tanto em você
Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda