Natal significa literalmente “nascimento”, palavra que aparece com freqüência no vocabulário obstétrico (pré-natal, neonatologista, etc). Todo ano, em dezembro, celebramos ritualmente o ilustre nascimento do personagem mais célebre da nosso mitologia ocidental: Jesus (que viria a tornar-se Cristo). Aquele que veio com a missão de trazer para a humanidade a mensagem de Amor de Deus.
Me encanto com os presépios, de verdade, e os signos representados naquela cena congelada. Especialmente, um momento carregado daquela aura divina que cerca a tríade recém-nascida: mãe, pai e filho. Cada criança que nasce também é um milagre de pureza, como aquela no berço de palha cercada de animais, pastores e reis. Cada criança nasce com uma estrela de potencial sobre sua cabeça e com espíritos benfazejos a sua volta. Em quantos nascimentos contemporâneos podemos observar tamanha paz e simplicidade?
Nunca vi em um presépio Maria amamentando Jesus, na maioria nem sequer o segura nos braços. Infelizmente, a religião de valores masculinos tirou toda a sexualidade desta mulher - a a única estrela feminina do “panteão cristão”- criando uma mãe virgem (palavra que originalmente significa inteira). A Maria selvagem, fêmea, que pariu no chão da estrebaria ao lado do marido e dos bichos não aparece (com sua cria no seio). Recatos que reproduzimos sem querer...A Igreja incorporou as antigas festas pagãs conectadas com os ciclos naturais ao seu calendário festivo. Neste caso, o solstício de inverno do hemisfério norte. Os pinheiros enfeitados, as cores verde-escura (da floresta adormecida) e vermelha (do fogo) e por aí vai...Pra mim é um símbolo da tamanha desconexão com a natureza em que nos encontramos celebrar nosso soslstício de verão debaixo de neve artiificial, renas e personagens agasalhados. Um dia quero contar ao Miguel que o papai Noel é uma lenda do outro lado do mundo que nos ensina a imensa gratidão que é “dar de coração”. Mas que muitas vezes é mal entendido pelas pessoas que fazem dele um ícone de um consumismo insustentável.
![]() |
| Miguel brinca encantado com o calendário do Advento |
Minha querida amiga Linda nos presenteou com um pouco de sua cultura da Alemanha: um belo e singelo Calendário do Advento feito por suas habilidosas mãos, cheio de surpresas e momentos de contemplação e espera. Miguel adorou abrir todo dia um envelope, e minha criança interior aguardava para curtir cada chazinho, poesia ou receita. Enfeitei as 4 velinhas (correspondente aos 4 domingos antes do Natal) com um pouco da abundância da terra nesta época: flores, frutos e cores! Com estas pequenas magias espero iluminar a infância do Miguel, um presente de Deus que a família não cansa de celebrar!
















